quarta-feira, 23 de julho de 2025

Vemos, ouvimos e lemos…e ainda assim, ignoramos?

 



Aos nossos olhos passam diariamente imagens de assassinatos de milhares de civis, na sua esmagadora maioria mulheres e crianças, em Gaza e na Cisjordânia, ocupadas.

A barbárie desenvolvida pelo estado terrorista de Israel, com a cumplicidade ativa dos estados Unidos e da União Europeia, assassinou na faixa de Gaza, desde 7 de outubro de 2023, mais de 50 mil palestinianos dos quais mais de 17 mil são crianças.

É uma brutal realidade que diariamente nos entra pela “casa dentro” trazida por imagens recolhidas pelos diferentes meios de comunicação social da mesma maneira que nos chegam as mais pérfidas manifestações de insensibilidade e hipocrisia dos governantes do nosso país, da União Europeia e da maioria dos países que a integram.

Sim, há excepções mas essas só confirmam a regra. E sim, também entre alguns de nós, entre a maioria esmagadora que pede o fim do genocídio e uma intervenção pela paz, alguns persistem em fingir que não sabem, não ouvem, não veem o genocídio que decorre à nossa porta ou, ainda pior, valorizam de forma diferente as mortes e os assassínios mediante a sua proximidade aos criminosos e a religião, nacionalidade ou cor da pele das vítimas.

Em Portugal e na União Europeia onde nos integramos, apesar das evidências que já ninguém consegue ignorar e que se consubstanciam na destruição de Gaza, na proliferação de colonatos à custa da expulsão dos palestinianos e no genocídio de todo um povo, o governo português e a direita que o suporta, continuam entrincheirados na defesa incondicional dos criminosos e nas acções de propaganda das suas mentiras.

No caso português essa intenção está presente todos os dias, no branqueamento do genocídio e dos genocidas, assumido pela comunicação social que controlam e pela acção dos papagaios, pagos, que diariamente nos entram pela casa dentro, pelo silêncio cúmplice que assumem na U.E no apoio prestado ao Governo terrorista de Israel e que ficou ainda mais claro, no passado dia 12, no Parlamento, com toda a direita, desde os extremistas do ventura aos eleitos pelo partido socialistas, estes a darem o aval com uma posição de abstenção, a impedirem, mais uma vez, o reconhecimento do Estado da Palestina.

Já no que respeita à União Europeia a situação é ainda mais hipócrita. Ao mesmo tempo que os seus dirigentes enchem a boca com a defesa dos direitos humanos e a legislação com sanções aos russos, a Cuba ou a quem não é amigo do Tio Sam, mantêm o Acordo de Associação com Israel e persistem na venda de armas ao regime terrorista instalado em Tel Avive.

Há algumas diferenças, é verdade. O governo de Espanha, por exemplo, talvez por ser dirigido por um socialista, tem vindo a exigir da UE, quer o reconhecimento da Palestina, quer o fim do comércio (particularmente de armas) com Israel mas as exceções não podem branquear a hipocrisia da Sra. Ursula Von der Leyen do Sr. Costa e dos seus seguidores.

É que não será possível por muito mais tempo impor sanções à Federação Russa, já vão na 19ª, por estar em guerra com a Ucrânia e continuar a vender armas a Israel que este usa para assassinar crianças na Palestina;

Não será possível por muito mais tempo impedir os europeus de ter acesso às televisões da Federação Russa e propagandear na europa as teorias sionistas.

Não será possível por muito mais tempo, não permitir a participação de artistas, cantores e desportistas nos eventos ocorridos no chamado ocidente e chamar a televisão e os clubes israelitas a integrarem como se de europeus se tratassem o Festival Europeu da Canção ou os torneios desportivos europeus.

E, sobretudo, não lhes será possível por muito mais tempo, portugueses e europeus, condenarem à fome os seus próprios povos para alimentarem a guerra e os genocídios.

A rua impô-lo-á!

Diogo Júlio Serra

 

quinta-feira, 3 de julho de 2025

 


Fazer Guerra à Guerra, Sempre. Pela Paz!

Quatro décadas após a entrada na actual União Europeia, o país está bem longe do Portugal saído da revolução dos cravos e nos antípodas do sonho que o 25 de Abril nos trouxe.

Podemos mesmo afirmar que está (quase) cumprido o projecto dos que nos arrastaram para essa aventura. A “Europa com eles “ travou o sonho, impôs a regressão no plano interno e arrastou-nos inexoravelmente para novos e perigosos confrontos militares.

Acredito que estejam onde estiveram, se sentirão realizados. Tanto ou mais que os nascidos em democracia por falta de informação ou pela informação manipulada, confundem coveiros com progenitores da democracia que ainda resiste.

O Movimento revolucionário foi travado. Os do costume recuperaram no plano interno todo o poder e os lucros que haviam perdido e no plano externo voltaram a amarrar Portugal aos seus mesquinhos interesses.

Apenas dois exemplos:

1.      No país a repartição da riqueza produzida que em 1975 era claramente favorável aos trabalhadores (59,98 % para o trabalho e 40,02 para o capital) voltou a níveis piores que em 1973 com os actuais 63,7% para o Capital e 36,3% para o Trabalho. Nesse ultimo ano de salazarismo a taxa de distribuição da riqueza produzida era de 60% para o capital e 40% para o factor trabalho.

 

2.      Perdemos parte significativa da nossa independência e voltamos a ser arrastados para guerras que não são nossas. O grande capital nacional e internacional directamente ou através dos seus avençados preparam o acerto de contas com o 25 de Abril e com o sonho de independência, económica, politica e militar que os capitães de Abril e a aliança Povo/MFA manifestaram e conseguiram impôr.

Pior que isto, que já é suficiente mau, estamos agora prisioneiros dos beneficiários da(s) traição(ões) de quantos por ditames de classe, por vaidade, ou por ingenuidade traíram-se a si próprios, aos seus camaradas e ao povo a quem juraram servir e desarmados, até politicamente, face ao proliferar de comentadeiros e megafones pagos, disfarçados ou não de jornalistas.

É essa a situação actual de Portugal e dos portugueses num contexto internacional em que o direito internacional foi assassinado, com os poderosos a semearem a sua “autoridade” através de assassínios selectivos, a estimularem ou permitirem o genocídio do povo palestiniano às mãos dos sionistas e com todos os avençados disfarçados de jornalistas a criarem as condições que lhes permitam iniciar a terceira possivelmente a última confrontação mundial.

Enquanto a ONU (ela própria há muito desarmada e desautorizada) se cansou de olhar para o lado ao ver os seus próprios elementos a serem chacinados em Gaza e nos restantes territórios Palestinianos Ocupados, procura alertar-nos para a necessidade de parar, é a União Europeia, esse clube para onde nos arrastaram há 40 anos a propor-nos o caminho do rearmamento e da guerra.

Cá dentro os do costume chamem-se Mários, Barrosos ou Costas, procuram aliciar-nos com novas versões de “ a Europa Connosco” como se nós todos (eles também) não soubéssemos que os donos desta União dita Europeia não procuram sócios mas sim servos!

Que tenhamos a força suficiente para os travar!

Diogo Júlio Serra