PORTALEGRE É UMA TERRA EM POUSIO!
Foi assim, afirmando-a em Pousio,
que um ilustre concidadão de regresso (ocasional) à nossa cidade se lhe
referiu.
Médico brilhante nascido nas
Carreiras mas há muito radicado em Coimbra, não abdica de marcar presença no
território onde nasceu e cresceu, onde tem familiares diretos e mantém, como
reafirmou, os seus melhores amigos, nem de ajudar, no que lhe é possível e
sempre que solicitado, a pôr esta terra a “produzir”.
Assim aconteceu agora. Aqui
retornou para assumir a Presidência do Conselho de Fundadores do IDECI –
Instituto para o Desenvolvimento, Cultura e Ciência, recentemente criado e
sediado em Portalegre e que no passado dia 14 de Setembro empossou os seus
primeiros órgãos diretivos em sessão que decorreu no IPP – Instituto
Politécnico de Portalegre.
Portalegre é uma terra em pousio
e, acrescentou, provavelmente nem á assim tão mau…
O oftalmologista brilhante
mostrava-nos, desta forma, manter viva a ruralidade de quem nascido em
Portalegre, na freguesia das Carreiras, aprendeu desde cedo que a terra
alentejana, quando em pousio não estava abandonada mas, tão só, a recuperar
“energias” para quando “agriculturada” melhorar a sua produtividade. Daí a
afirmação de “esperança” transportada na frase formulada e a disponibilidade
assumida para voltar a Portalegre e com outros portalegrenses da diáspora
integrar o projeto IDECI e usá-lo como semente e alfaias para tirar do pousio a
“Cidade Branca”.
Que todos queiramos seguir tais
exemplos e desde logo consigamos que a constatação da realidade - Portalegre
uma cidade e um território paralisados – não sejam vistos como um território
morto mas tão só um território em espera: em pousio!
Que saibamos e queiramos, depois,
encontrar a força necessária a transformar a situação constatada e na
conjugação de vontades e saberes, com unidade na ação, transformar a “terra em
repouso” em unidade produtiva de projetos, de saberes, de atração de pessoas e
de investimentos.
Eu, portalegrense nascido num
concelho onde a Esperança é nome de terra mas onde até essa terra (como o
sonho) têm sido bastas vezes traídos, continuo convencido que “a esperança é a
última coisa a morrer” e por isso (também) integro-me neste projeto que
pretende pela cultura e pelo saber arrancar Portalegre do pousio onde alguns
“latifundiários” a colocaram e entrega-la como terra preparada ao serviço das
suas gentes.
Que saibamos romper com o pousio em que também
nos deixámos colocar e façamos acontecer o presente e o futuro que desejamos e
merecemos.
Diogo Júlio Serra