Saudação a todos e todas!
Os que estão e os que hão-de chegar
Permitam-me que num gesto de alegria e vaidade possa partilhar
convosco o orgulho enorme em esta aqui.
E sobretudo pelo reconhecimento de que a CDU ao convidar-me
para mandatário distrital da sua candidatura por Portalegre, me ter dado a
honra de poder continuar a intervir, com
o meu modesto contributo, para podermos um dia concretizar o sonho de podermos
viver e trabalhar no território onde nascemos ou que elegemos para viver e,
também para, a partir daqui intervirmos na construção do País que sonhámos e
queremos: Livre, Democrático, Soberano e Justo!
Hoje é para mim e penso, sê-lo-á também para o nosso distrito,
um dia de grande significado por três motivos diferentes:
·
1º
Portalegre, mais propriamente o nosso IPP acolhe hoje e amanhã, uma importante
iniciativa: A MOSTRA - economia circular;
·
2º
A União dos Sindicatos do Norte Alentejano – Estrutura sindical de classe e
polo de resistência e construção de futuro, comemora o seu 44º aniversário;
·
3º
Aqui e agora damos início a um caminho que pretendemos nos leve a dar vida e voz
ao Norte Alentejano e coloque na assembleia da república (de forma directa) as
aspirações e propostas do distrito de Portalegre.
Hoje estivemos aqui aqui, para iniciar um caminho que
pretendemos nos leve a retomar no Parlamento o lugar que ambicionamos e
merecemos.
Ambicionamos porque reconhecemos que não serão os executores
ou apoiantes das políticas cujos resultados bem conhecemos os mais indicados ou
capazes de alterar o rumo para onde nos tem conduzido.
Merecemos porque temos dado sobejas provas de trabalho, de
honestidade e competência em defesa das políticas que defendemos e o distrito
precisa.
Quarenta e cinco anos depois do Abril que permitiu todos os
sonhos, o nosso distrito está atirado para uma situação de quase não retorno
aos caminhos do desenvolvimento e da prosperidade.
A situação demográfica é um nítido retrato.
Entre 1960 e 2015 o distrito de Portalegre perdeu 17.992
habitantes que percentualmente quase atinge os 10% (9,54%) mas que pode ser
referido de forma mais drástica:
Durante este período a perda de população corresponde à
totalidade da população (ao dia de hoje) dos concelhos de: Portalegre - 23.175;
Elvas-21.571; Ponte de Sôr - 15.709; Campo Maior - 8.214; Nisa - 6.649 e Monforte
- 3.129.
Ou, dito de outra maneiras as perdas sofridas correspondem a
cerca de 70% da população actual.
Uma situação que se
irá agravar estimando-se que em 2021 tenhamos apenas 109.994 habitantes.
Este retrato (e ao contrário do que muitas vezes nos querem
fazer crer) é a consequência das políticas erradas ou deliberadamente decididas
contra o chamado interior que, no nosso caso, é o interior do interior.
Este retrato é o resultado da destruição do nosso aparelho
produtivo:
De cidade industrial passamos a cidade de arqueologia
industrial. De território agrícola e de produtos de excelência a território
diariamente envenenado.
Um território de onde são retirados os serviços públicos, encerradas
as vias ferroviárias e esquecidas as rodovias, e onde, as políticas
demissionistas do Estado Central impuseram um deserto de gente, de serviços.
Um distrito onde às escolas, aos serviços postais, aos
centros de saúde e às juntas de freguesia que fugiram das aldeias, juntamos o
que retiraram das nossas cidades:
O governo civil (trocado pela Regionalização que nunca mais
chega), os hospitais que já foram de referência e agora agonizam sem meios, sem
gentes e particularmente sem rumo nem timoneiro. (ainda ontem isso mesmo foi
dito à Comissão Parlamentar de Saúde).
Os inúmeros serviços públicos encerrados ou deslocalizados, que
colocam barreiras a quem cá vive ou aspira a viver
Este é o Estado a que chegámos e que importa alterar!
Na passada 2ª feira, muitos de nós estivemos em Castelo de
Vide a assinalar os 75 anos do nascimento de um Capitão de Abril, o Capitão
Salgueiro Maia.
Pudemos relembrar a forma como anunciou aos militares sob o
seu comando os objectivos do MFA e da coluna que iria comandar:
Iam a Lisboa, disse então,
derrubar O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU!
Pois bem. Para todo o distrito de Portalegre é preciso seguir
tal exemplo. É preciso pôr fim ao estado a que isto chegou. Para que o
consigamos, já não é necessário marchar com armas sobre lisboa mas é
fundamental a mesma vontade e a mesma coragem para fazermos o que tem que ser
feito!
É absolutamente necessário marcharmos (no nosso território)
para, porta a porta, eleitor a eleitor, com a palavra e o convencimento
derrotarmos o preconceito e o desânimo.
Para pôr no parlamento, através da Manuela Cunha, a voz e os
sonhos do distrito de Portalegre!
AVANÇAR É PRECISO!
VIVA A CDU!
(Intervenção de Diogo Serra - Mandatário distrital)
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