domingo, 5 de maio de 2019

INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO




É só Azia?

O Jornal Alto Alentejo, no seu último número, trouxe-nos um artigo de opinião assinado por um “militante” da sucursal de Portalegre do “estado do Vaticano”.
Nele o articulista opinava  acerca da toponímica local e dava a sua opinião sobre a necessidade de manter a “memória da cidade”. Tudo bem, o articulista nunca escondeu o seu empenhamento na defesa do património cultural, em particular o nosso património religioso e tem todo o direito, direi mesmo  a obrigação de defender as suas opções.
O que motiva este apontamento é a forma como, desta vez, não conseguiu resistir a integrar-se na onda de “ressabiamento” que atingiu a direita mais reaccionária que ainda vive em Portalegre.
Procura  combater a decisão de dar a algumas artérias da cidade o nome de alguns dos mais conhecidos construtores da Democracia e na sua ânsia de procurar argumentação  credível para sustentar a sua tese esquece o rigor a que nos habituou em escritos anteriores propondo nomes que a cidade já homenageou.
 Por outro lado e procurando ligar a justa homenagem com a partidarização que o enreda enleia-se em tiradas anti-comunistas requentadas, perdendo assim qualquer razão que pudesse reclamar.
De facto, o ilustre portalegrense, - meu amigo e camarada - Joaquim Miranda da Silva tem o seu  nome registado numa artéria da cidade e mesmo a Medalha de Ouro Municipal que a direita retrograda lhe havia negado uma vez  já lhe foi, justamente, atribuída.
Também as insinuações a sonhos e práticas soviéticas que regista não fazem esquecer e muito menos apagam as práticas e crimes da Inquisição  e isso não obrigou, e bem, que tivéssemos apagado da nossa memória e da toponímia da cidade nomes de personalidades que foram a voz e a cara da sucursal portuguesa da instituição que a promoveu
Por último a insinuação que agora se seguiriam os nomes dos dirigentes do Bloco de Esquerda e apresentação de alguns deles, alguns já falecidos é, permitam-me a afirmação, uma baixaria que não acreditava ser-lhe possível, tanto mais que alguns deles, recordo,  Miguel Portas e João Semedo são inegavelmente merecedores da nossa admiração e homenagem.
Espero sinceramente que o escrito tenha sido apenas um mau momento!

Portalegre, 5 de Maio de 2019
Diogo Serra

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