Que sejamos nós a desenhar o futuro do Alentejo! *
Somos
dos que entendem que a constituição do AMALENTEJO e a realização do Congresso
no passado 2 de Abril e Troia foram tão só o (re) iniciar de uma caminhada só
completa quando for cumprido o preceito constitucional que define o Poder Local
assente em três distintos (e complementares) pilares: as freguesias, os
municípios, as regiões administrativas.
A falta
de vontade política e alguma inabilidade levaram a que o cumprimento dessa
obrigação constitucional continue por cumprir e, depois das armadilhas legais
que foram sendo construídas, se torne difícil, no momento, aspirar à sua
concretização.
Mas o
Alentejo, recordemo-lo, sempre reafirmou a sua vontade e necessidade de dispor
de uma estrutura regional democrática e participada que permita à região e aos
alentejanos participarem nos diferentes processos de decisão sobre o seu futuro
e, por isso, porque essa é uma aspiração e uma necessidade por todos assumida,
o Congresso de Troia avançou com a necessidade da criação da Comunidade
Regional do Alentejo – uma nova estrutura de poder regional, para colmatar a
falta da região administrativa do Alentejo enquanto a regionalização definida
na Constituição da Republica não avançar.
Para
concretizar esta ideia os congressistas avançaram com o lançamento de uma
petição pública, para recolher as assinaturas necessárias à apresentação na
Assembleia da Republica, de um projeto lei de iniciativa popular que crie a
Comunidade Regional do Alentejo (CRA). A criação da CRA será um passo
importante no aprofundamento da democracia participativa, um avanço no
princípio da subsidiariedade e um instrumento para a promoção do
desenvolvimento harmonioso de mais de um terço do território nacional
continental.
A
Comunidade Regional do Alentejo, na forma como foi desenhada, combina
descentralização com desconcentração, assumindo competências da atual CCDRA, de
algumas estruturas descentralizadas e outras que possam ser contratualizadas
com o Governo central e, para evitar a duplicação de funções e de custos, toda
a estrutura da CCDRA deve ser transferida para a nova CRA.
Conforme
decisão dos congressistas e inscrição na petição já em distribuição, a CRA
deverá ser um poder local de base regional, legitimado pelo voto dos mais
próximos representantes do povo, ter personalidade jurídica, autonomia
administrativa e financeira e, órgãos com poder efetivo para representar e
dirigir o Alentejo.
Ultrapassado
o período das férias, é necessário arregaçar as mangas e levar a discussão e
recolha das assinaturas a todos os lugares onde estejam alentejanos e
alentejanas: no território transtagano e
na diáspora.
O
Distrito de Portalegre participou ativamente na criação do AMALENTEJO, na
realização do Congresso de Troia e nas suas decisões. Envolveram-se nesse
trabalho um número significativo de homens e mulheres, diferentes organizações
e associações representativos das várias correntes de opinião presentes no
território. Agora, é tempo de concretizar as decisões.
É agora o tempo de recolher
as 35 mil assinaturas necessárias para fazer chegar este projeto à Assembleia
da Republica. Ninguém pode ser dispensado (ou demitir-se) desta tarefa. Não
queiramos que sejam outros a fazer o que é da nossa responsabilidade!
Portalegre,
2016-10
Diogo J. Serra
Animador Educativo e
Sociocultural
Membro da Comissão Promotora
do AMALENTEJO
* Publicado no Jornal Fonte
Nova em 11-10-16
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