sábado, 12 de outubro de 2013

As pontes (portas) que Abril abriu, ninguém mais agora encerra!

O governo das forças de ocupação teme que possa suceder "alguma coisa" aos manifestantes que irão cumprir, no próximo dia 19 de Outubro a Marcha por Abril.
 
Preocupado com a segurança dos manifestantes e munido dos pareceres que encomendou para justificar o injustificável, o governo pede que não se atravesse a Ponte.
 
Está preocupado e tem razões para estar!
 
Razões que se prendem não com as invenções apresentadas: desconhecimento do número de participantes, possibilidade de os marchantes baixarem para o patamar onde circulam os comboios, não ser possível qualquer intervenção em caso de emergência, os marchantes não terem seguro, etc..., etc..., mas com a razão real de que a Marcha será um novo e importante empurrão para pôr o governo na rua e os seus mandantes tirarem a mão dos nossos bolsos.
 
Não esqueceram que foi  na Ponte 25 de Abril que se iniciou a contagem final do "reinado cavaquista" e medrosos, afadigam-se a tentar manter a sua Ponte Salazar esquecendo que esta é há muito a Ponte 25 de Abril.
 
Vejamos os argumentos (alguns):
 
1º Não é possível saber atempadamente quantos serão os marchantes no dia 19, ao contrário de anteriores feijoadas ou maratonas. Não? então não é o governo quem sistematicamente manda os seus "avaliadores" dizerem que em cada manifestação eram muito poucos?
 
2º A altura de 70 metros entre o Tabuleiro e a àgua é fator de grande risco.
Porquê, o tabuleiro da ponte vai atirar-nos borda-fora?
 
3º Os manifestantes, ao contrário dos maratonistas, não tem seguro.
Será que se as seguradoras "amigas" engordarem com mais uns euros, o "perigo desaparece".
 
4º As dificuldades acrescidas no caso de multidões em fúria (ou em pânico).
Tem sido essa a matriz das iniciativas da CGTP-IN? ou o governo está a equacionar enviar provocadores (como já sucedeu) para estimular a fúria ou o pânico?
 
Posto isto resta-nos a constatação de que o governo das forças ocupantes teme pela sua própria segurança.
 
Tem razão! Como outros que o antecederam com os mesmos objectivos vai ser despachado para o caixote do lixo da história.
 
Como transformámos o Terreiro do Paço em Terreiro do Povo, dia 19 vamos garantir que a Ponte que já foi Salazar se mantenha para nós e para os nossos filhos e neto a PONTE 25 DE ABRIL!
 
Portalegre, 12-10-2013
 
Diogo Serra