quarta-feira, 23 de novembro de 2011

HÁ MIL E UMA RAZÕES PARA FAZER A GREVE GERAL…


Diogo J. Serra*

Foram décadas de políticas de direita e a subordinação do interesse nacional aos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros que colocaram Portugal na situação em que hoje se encontra: perda da independência e empobrecimento.

Essas políticas foram traçadas e executadas por quantos integrados no chamado arco do poder se foram revezando nos mais altos cargos públicos e a partir daí foram executando as políticas delineadas para transferirem toda a riqueza produzida para os cofres dos agiotas internacionais e/ou dos amigos externos e internos.

Quem decidiu e beneficiou com a destruição da agricultura e das pescas? Quem destruiu o tecido produtivo nacional e fez do encerramento de empresas chorudos negócios? Quem trocou a produção nacional pelas importações e o endividamento do país? Quem decidiu e lucrou com a destruição do sector empresarial do estado e com a desnacionalização da banca?

A resposta é conhecida. Foram os grandes accionistas da banca entretanto desnacionalizada e dos grandes grupos económicos (energia, comunicações, distribuição alimentar, etc…) que acumularam fortunas impressionantes em resultado dessas políticas e do empobrecimento do país. Foram os países mandantes da União Europeia que nos transformaram em mercado para os produtos que precisamos e que eles nos impuseram não poder produzir.

São esses que não pararam de engordar à custa do esforço de todos os que gritam agora que é necessário reduzir as gorduras do estado e dos portugueses e querem liquidar os direitos dos trabalhadores e das famílias, que sonham com o acerto de contas com o 25 de Abril e ao mesmo tempo mantém para si o crescimento continuado de benesses e fortunas.

O distrito de Portalegre é só por si um manancial de razões que nos impõem cumprir a Greve Geral e aumentar e intensificar o combate que é “obrigatório” travar.

A população do distrito de Portalegre diminuiu na última década mais de 6 mil habitantes, tendo a quebra sido mais acentuada entre a população mais jovem do que entre os idosos.

O PIB do distrito cresceu numa percentagem quatro vezes inferior à média nacional (12,9%) e o PIB per capita (que mede a riqueza criada por habitante), no valor de 13 mil euros por ano, é inferior à média nacional em mais de 15%.

Foi praticamente destruído o aparelho produtivo nacional e em particular o sector industrial com a destruição das principais empresas do distrito: fábrica de Lanifícios, Jonhson Control, Robinson Bros, Delphi/Inlan, Lactogal, e tantas outras.

Foram postos em causa serviços públicos fundamentais como o ensino e a saúde através do encerramento de escolas e de extensões de centros de saúde e dificultado o seu acesso quer com o seu afastamento das populações mais isoladas, quer com a retirada do transporte necessário para os usufruir.

Foi-nos imposto um feroz isolamento quer pela não construção das necessárias infra-estruturas rodoviárias quer, como agora pela extinção do transporte de passageiros pelo caminho-de-ferro.

Agora, quando os impactos de todos esses desvarios fazem sentir-se de forma brutal no distrito, afadigam-se em roubar-nos direitos, salários, serviços. Condenam-nos ao trabalho não pago e impõe-nos o retorno aos caminhos da emigração como a saída possível.

Estas são algumas das muitas razões para estarmos na primeira linha da resistência à destruição de um território e de uma região e das formas de vida que são nossas.

Por tudo isto esta Greve Geral é um tempo de dizer BASTA!



* publicado no Jornal Alto Alentejo
   23-11-2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Trabalhadoras da Manufactura Tapeçarias de Portalegre discutem Greve Geral.

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As melhores tapeceiras do mundo discutiram hoje em Plenário Geral de Trabalhadoras as razões e os objectivos da Greve Geral.

A reunião serviu também para análise da situação da empresa e o atraso no pagamento do salário de Outubro.

No decorrer do Plenário as trabalhadoras foram informadas da possibilidade da situação do pagamento do salário ser resolvida nesta semana e tomaram posição sobre a necessidade de fazer a Greve Geral.

No final dos trabalhos ficou a convicção profunda de que a Greve Geral será também cumprida naquela emblemática unidade onde o que sai das mãos das operárias são autenticas jóias da cultura portalegreense.

Temos mais que razão para lhes indicar a "porta da rua"

Governo aumenta um assessor em 2 mil euros e anuncia o fim de alguns passes sociais e das concessões de viagem para familiares dos trabalhadores



Este senhor que faz parte de um governo que aumentou um assessor em 2.000 euros, segundo a comunicação social deste fim-de-semana, é o Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que este fim-de-semana veio a público anunciar o fim de alguns passes sociais, para obrigar estudantes e terceira idade a pagarem mais de transporte, anunciou também o fim das concessões de viagem para familiares dos trabalhadores, numa lógica de retirar tudo que são direitos dos trabalhadores, tal como estão a fazer com os infantários da CP. Quem decide sobre estes assuntos continua com todas as mordomias e fora dos sacrifícios que aplicam aos trabalhadores e estratos da população mais desfavorecidos.